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ONG denuncia condições de trabalho desprezíveis em fábrica da Apple na China
Uma fábrica que opera para a Apple na China abriga seus funcionários em dormitórios superlotados, cheios de mofo e infestados de insetos, denunciou nesta quinta-feira uma organização não governamental que audita as organizações de trabalho.
A investigação secreta, feita pela China Labor Watch na fábrica em Xangai, operada pela taiwanesa Pegatron Group, é a última de uma série de investigações que documentam as péssimas condições de trabalho de operários das fábricas terceirizadas pela Apple.
"Persistem os baixos salários, as longas jornadas de trabalho, o trabalho não remunerado, as medidas de segurança precárias e as condições de vida desprezíveis", indicou o informe, segundo o qual foram detectadas cerca de duas dezenas de "violações de direitos trabalhistas legais e éticos".
Embora a Apple tenha prometido melhorar as condições de trabalho dos terceirizados a quem terceiriza a produção de seus equipamentos, o informe assegura que os problemas persistem desde que foi publicado, em 2013.
"Os trabalhadores que fabricam os iPhones ganham apenas o salário local mínimo de 318 dólares por mês, ou seja, US$ 1,85 a hora. Isto não dá para viver", destacou o relatório.
"Depois de suas longas jornadas, os trabalhadores pegam um ônibus que, em meia hora, os leva aos seus dormitórios, onde até 14 pessoas dormem confinadas em um único quarto. O mofo cresce sem controle nas paredes e as camas estão cheias de percevejos; muitos trabalhadores estão cobertos de picadas vermelhas", prosseguiu.
Ainda segundo o informe, a saúde e a segurança são suas maiores preocupações porque esta fábrica usa muitas substâncias tóxicas, entre elas mercúrio e arsênico. No entanto, "ninguém diz aos trabalhadores nada sobre a localização desta ou aquela substância no processo de produção ou como fazer para se proteger de sair ferido".
O relatório citou um total de 23 violações, entre elas a falta de treinamento e equipamento, cuja segurança é inadequada.
"Infelizmente, as horrendas condições de vida e de trabalho que os trabalhadores da Pegatron enfrentam em 2015 não são melhores do que as que vimos em 2013", prosseguiu.
O grupo citou "melhoras limitadas" em algumas áreas, como por exemplo a semana de trabalha média, que diminuiu de 63 para 60 horas.
A gigante da tecnologia já enfrentou críticas no passado pelas condições de trabalho da Foxconn, outra terceirizada com sede em Taiwan.
Fonte: noticias.uol.com.br
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